24/02/2008

Relato de um Miserável












Me chamo Jahari e pretendo relatar aqui a vocês um pouco da minha deplorável vida, ou existência.

Meus pais morreram em uma invasão à aldeia em que vivíamos quando eu tinha apenas 6 anos. Tenho infelizes lembranças daquele acontecido. Lembro-me dos meus pais gritando, berrando, urrando, suplicando por piedade, fato que se sucedera por um estrondo de tiro. Eu ficara ali, estático, naquele cubículo onde meus pais haviam me aconselhado esconder. Observara àquilo com um ar intrigante e inquieto, tentando entender o que estava acontecendo, pois naquela época não tinha maturidade o suficiente para entender o que, de fato, significava a morte. Não tinha maturidade o suficiente para compreender que, a partir daquele momento, nunca mais os veria novamente.
Aqueles gritos atormentam minha mente a todo instante até os dias atuais.

Hoje completo 14 anos. Mas e daí? Quem se importa? Quem ao menos sabe disso? Bem queria ganhar um pão de presente. Mas não tenho amigos a quem posso confiar tal pedido. E mesmo se tivesse, não creio que se dariam ao trabalho de me arrumar algo tão valioso.
Até tento evitar de me lembrar de comida, ainda mais hoje que estou faminto, pois, sempre que o faço, meus olhos se enchem d'água e minha boca seca automaticamente dá-se lugar a uma acelerada salivação.
Faz pouco mais de quatro dias que não como nada. Juro que, neste instante, seria capaz de comer até carne humana.
Além da fome, o cansaço também me domina, pois há muito tempo sigo essa minha caminhada sem rumo sob o efeito desse maldito sol escaldante.
Paro para descansar sempre quando a noite chega. Deito no chão e tento dormir, mas meu estômago ronca tão alto que não me permite fazê-lo muito bem.
A jornada prossegue. O forte bodum que exalava do meu corpo começa a ficar insuportável até mesmo para mim. Não consigo nem me lembrar de quando fora a última vez que tomara um banho decente.
A água do meu cantil improvisado está acabando. A última vez que o reabastecera tinha sido na última aldeia que encontrara há exatos três dias. Infelizmente, a água, não tão pura, fora a única coisa que puderam me oferecer. Aquele povo, assim como eu, era completamente miserável. Optei por continuar minha jornada em busca de um lugar melhor.

Pode tudo isso até soar exagero de minha parte, mas meu estado de pobreza é realmente crítico, lamentável, e, sinceramente, não sei até quando conseguirei sobreviver. Minha desgraçada realidade se resume em uma nua e crua miséria. Vivo apenas alimentado por minhas expectativas e esperanças.
Não consigo imaginar a catástrofe que fizera para ter sido tão castigado assim. Não consigo achar um porquê para tudo isso estar acontecendo comigo. Não consigo entender por que EU fora escolhido e predestinado a sofrer tanto durante TODA minha existência. Me pergunto a todo momento: Por que EU?
E, pode nem todo mundo concordar, mas tudo isso sempre me põe a refletir, questionar e duvidar sobre a existência de um Deus.
São várias perguntas sobre minha existência em si que definitivamente me intrigam. Minha mente está sempre em constante trabalho, apesar de meu lastimável estado físico não deixar transparecer isso.
Às vezes prefiria não ter nem nascido. Já pensei várias vezes em, simplesmente, desistir de continuar lutando, mas, apesar de tudo, tenho bastante fé de que, em breve, encontrarei uma pequena aldeia que tenha condição de me acolher, de me fornecer qualquer coisa conceituada comestível.
Apesar de toda miséria, fome e carência de lar, família e amigos, ainda vivo, mas o faço com a plena consciência de que meu grande objetivo vital é, simplesmente... sobreviver.
Espero que, no mundo afora, quem tem a oportunidade de fazer isso intensamente, que o faça! E que se alegre por ter tudo que tem, porque existem pessoas, assim como eu, que não têm absolutamente nada.
Mais do que uma dica, isso é um apelo.

17/02/2008

A Morte

Apenas um conto amador, pra tentar manter o blog atualizado ;)


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Respiração ofegante. Uma tentativa de grito, mas sem sucesso. O medo era tão intenso que, por mais que forçasse suas cordas vocais, parecia impossível de se reproduzir algum som.
Corria desesperadamente com muita dificuldade, sem algum rumo propriamente dito. Suas pernas pareciam não obedecer aos seus comandos. Tendiam a ficar estáticas. Paralisadas. Imóveis.
Era madrugada. Passava-se das 2 horas. Aquela vila parecia estar mais sinistra e macabra. Procurava alguém a quem pudesse pedir por ajuda, mas tudo parecia estar completamente deserto. Não se ouvia nada, nenhum ruído, exceto o forte pisotear de seus pés sobre o chão.
Seu sangue pingava pela calçada enquanto corria, denunciando seu trajeto.

Clara era uma menina linda, de cabelos negros, olhos verdes que deixavam transparecer toda sua ambição. Tinha a saia como seu traje usual. Típica menina que atraía os olhares masculinos ao passar. Ela tinha ciência de sua sensualidade, e abusava disso. Achava tudo aquilo o máximo.
Mas em que isso adiantava? Ia morrer em poucos minutos. E sua beleza de nada seria útil. Ao contrário, ia morrer por causa dela.

Seu ritmo estava diminuindo. Seus passos já não eram tão largos. Sua cor já não era tão parda.
Seu coração batia impetuosamente, parecia querer saltar pra fora de seu peito. Sua pulsação estava demasiadamente acelerada. Sentia que estava morrendo aos poucos.
Aquela situação a fazia refletir sobre tudo que vivera até então. De tudo que perderia com a morte. Definitivamente não passara pela sua cabeça que, ao sair de sua casa naquela noite, poderia ser vítima de sadismo sexual.
Piscava os olhos a todo instante, na esperança e com a expectativa de aquilo tudo não passar de um terrível pesadelo. Seu pior pesadelo.
Mas infelizmente aquela era a cruel realidade em que se encontrava.
Clara pensava em desistir a todo momento, já que seu peso, por menor que seja, começara a significar muito para suas pernas já desgastadas. Mas algo intrínseco a forçava a continuar lutando pela vida.

A distância entre ela e o estuprador diminuía cada vez mais.
Ela olhava para trás a cada segundo. Sentia seu sangue congelar ao ver um leve sorriso estampado no rosto tenebroso e malevolente de seu agressor.
Ele corria atrás de Clara, mas parecia não ter a intenção de querer alcançá-la. Parecia sentir um prazer imenso em vê-la sofrer. Parecia sentir um prazer imenso ao ver sua indescritível expressão facial de desespero.

Clara, enfim, fora percebendo que o estado físico e emocional em que se encontrava não era nada apto a competir com o estuprador sádico que corria atrás dela.
Apesar do imenso amor à vida, resolvera entregar os pontos. Ela simplesmente, num ato de desistência, parou de correr bruscamente. Surpreendendo, inclusive, o sujeito que a perseguia com uma enorme sede de seu corpo. Ela começara a soar frio, seu coração batia mais forte. Estava ferida demais pra continuar. O agressor parou de correr também. Ia se aproximando.
Um filme de flashbacks de sua vida passava por sua cabeça. Sua vida estava com os minutos contados. Toda sua mente estava voltada para esse único fato. A morte, de fato, estava próxima, a julgar pela forma brutal que ele a golpeara inicialmente, antes de se dar início a toda essa perseguição. Tinha a certeza de que aquele homem a estupraria e a mataria em seguida, ou inverteria os processos na hipótese de se tratar de um necrófilo. Enfim, isso não importava, pois, de qualquer forma, estava predestinada a morrer naquela fria madrugada. Ela ia, finalmente, descobrir os mistérios que a vida esconde e que só a morte é capaz de nos revelar.

O estuprador sádico finalmente a alcança. Começa a despí-la violentamente. Ia, finalmente, concluir o que deixara a terminar minutos atrás, antes de deixá-la escapar em um momento de falha.
Clara permanece imóvel, dopada por seus pensamentos. Ela tinha, definitivamente, desistido da vida. Felizmente, não conseguia sentir mais dor alguma. A dor das facadas que a golpeava era desprezível se comparada com a dor da morte propriamente dita. O estado de ansiedade predominava. Ela estava excessivamente preocupada com a possibilidade de não haver uma vida após a morte, fato que ela acreditava cegamente, mas que agora, já não tinha mais a certeza de nada.

15/02/2008

Estreando

Queria escrever algo novo aqui, mas o tempo já está começando a ficar escasso para mim. Visto que há postagens de textos que já tinha lido antes, vou começar minhas postagens aqui com algo que já tenho escrito. Vamos lá!

"Por dentro ainda somos crianças imaturas que aprendem a amar"
Se eu pudesse por um dia voltar a ver as coisas como uma criança vê, acredito que tudo seria diferente desde então. Criança é inocência, é responsabilidade indiferente. É ser, não sendo, apenas participando. É existir sem a dureza do real. Sem a dificuldade do adulto. Tudo é tão fácil. Consigo enxergar nuances das cores infantis. Sinto o toque aveludado do azul-claro que toco ao me remeter a meu primeiro contato social. Sinto o forte vermelho quando penso no primeiro amor. Consigo sentir a grande textura do marrom-escuro do primeiro proibido realizado. Sinto o violeta quando consigo visualizar a primeira derrota. O preto quando tenho o primeiro contato com a repressão. O branco-acinzentado quando sou apresentado ao novo. Cores. Representam tanto. Nostalgicamente necessárias. Eu, como criança, necessitando de referências. O azul do menino. O rosa da menina. O verde do diferente. Tenho vontade de tornar certas coisas novas. Aproveitar de primeira experiência para conseguir a voraz necessidade da primeira vez. Do conhecer do novo. Consigo ver o brilho do amarelo das primeiras conquistas e felicidades. Consigo ver no alaranjado uma busca pelo saber, pelo conhecer, pelo querer sempre mais. Queria abrir os olhos e veemente sentir que não estou aprisionado por essa falsa liberdade que acomete todo singelo ser humano. Sentir que o livre arbítrio é real e não mais uma façanha de grandes nomes. De poucos. Mas, não é possível.

Anarquismo

Quem nunca pensou nas vantagens e possibilidades de uma sociedade anarquista, que atire a primeira pedra.
Podemos conceituar o anarquismo, bem resumidamente, como uma teoria libertária baseada na ausência de um governo. Visavam uma nação sem leis, sem Estado. Ausente de qualquer mecanismo controlador.
Apesar de ter tido seu ápice no início do século XX, existe, ainda hoje, adeptos que, infelizmente, vêem a utopia propriamente dita concretizada na anarquia.
Mas as coisas não são bem por aí.
Será mesmo que uma sociedade, composta de milhares de pessoas, é capaz de se manter SEM quaisquer normas ou leis? .Claro que não! Em TODA sociedade tem que se ter regras, até mesmo pelo bem da organização da mesma. Caso contrário tudo se resumiria em uma só palavra: CAOS.
Será que uma sociedade, com tanta gente, seria capaz de se manter pacifista sem qualquer forma de governo? Obviamente também não. Podem ter certeza de que muita gente se portaria da forma mais arruaceira, desordeira e desalinhada possível. Ainda mais se tratando de uma nação em que haveria a ausência TOTAL de qualquer mecanismo que possa controlar quaisquer atitude inadequada que alguém poderia vir a cometer.
Pense: se o sistema anárquico não é idealizado por nenhum mecanismo controlador, como o cidadão se portaria diante de um ladrão ou assassino? A quem ele deveria recorrer? Como deveria reagir?
Enfim, quais seriam as devidas punições para quem agride o direito dos demais?
A resposta é simples: na sociedade anarquista todos têm que se virar. Ou seja, partir para a agressão ou se reprimir.
E, todos devemos confessar que nessas situações é mais do que FUNDAMENTAL a existência de um governo. Ou seja, como todo sistema, o anarquismo também possui falhas. E graves.
É bastante utópico pensar que a anarquia seria uma sociedade perfeita em que todos viveriam em harmonia.
Não é à toa que a anarquia hoje seja, para muitos, sinônimo de desordem e bagunça. Pois é realmente o que seria nossa sociedade se a anarquia se tornasse algo concreto.
Não digo tudo isso me referindo ao início do século XX, quando se discutia mais profundamente sobre o assunto, pois não vivi naquela época para poder afirmar isso com certeza. Não sei como se portava a sociedade. Até acho que a idéia foi uma excelente tentativa em busca de pacifismo e democracia.
Mas posso sim afirmar que, aplicá-la nos dias atuais definitivamente não daria certo. Depois de uma análise sobre todos os aspectos políticos e humanos podemos perceber e concluir que seria algo completamente impossível e irracional implantar a anarquia nos dias de hoje.
Basta imaginar e refletir que você terá as mesmas conclusões de tudo que falei até agora. Pense no seu próprio comportamento diante disso. Pense em como toda sociedade se portaria sem um governo.

Antes de finalizar, gostaria de deixar claro que, assim como o anarquismo, eu também sou contra qualquer forma de autoritarismo. Todavia, tenho consciência o suficiente para saber que viver sem um governo seria algo completamente caótico.

Recomeço

Um novo ano.
Um novo ano que, literalmente, me traz uma nova vida, um recomeço.
Muita coisa será deixada para trás.
Não materialmente falando, mas sentimentalmente.
Aquele amigo que sempre costuma ficar à minha direita estará a milhas distantes ao amanhecer.
Aquela rotineira saída amigável aos fins de semana não existirão mais. Aquelas perfeitas caminhadas sem destino... estarão perdidas.
Não mais farei aquilo que costumava fazer por diversão. Aquilo que costumava fazer por estar acompanhado de amigos, aqueles os quais fazem qualquer risco valer a pena.
Aquela boa conversa jogada fora nos intervalos da escola já não existirão.
Aquele velho campo no qual costumávamos jogar bola será apenas uma recordação na minha fraca memória. Recordação de velhos tempos que não mais voltarão.
Pode tudo isso até soar ridículo, mas é isso aí.
É como se meu pior pesadelo estivesse tomando vida.
Aquela puta realidade horrível de que não terei, nem verei nada daquilo novamente.
Nem mesmo este chão, o qual estou olhando agora, não sentirá mais o pisotear dos meus pés descalços.
O relógio agora marca 6:45. Minha mochila já está apoiada em meu ombro esquerdo. Estou partindo. Apenas com minha passagem de ida.

14/02/2008

Mistérios da Vida

Às vezes páro para refletir sobre todos estes mistérios da vida. Quem não?

São muitas perguntas, todas sem resposta.
São coisas que você só irá descobrir quando morrer, e essa é justamente a parte mais intrigante.
Qual é a verdadeira origem da vida na terra? Por que você vive? Digo, qual é o verdadeiro propósito? Enfim, quem realmente somos? De onde viemos? Pra onde vamos?
A única coisa que é certa é de que um dia todos nós iremos morrer. E o que acontece em seguida? O que diabos acontece depois da morte? Você simplesmente entra em um estado de sono profundo (digo, eterno)? Você passa a viver em outra dimensão? Ou você realmente acredita nesse papo-furado de "céu-inferno"? pff.
São perguntas intrigantes que iremos carregar conosco durante toda nossa vida. E que por mais que reflitamos, nunca saberemos tais repostas.
Ás vezes páro e me olho no espelho. Penso: isso é apenas um corpo. Poderia estar em qualquer outro corpo que minha personalidade continuaria a mesma. Me dou conta de que meu verdadeiro eu é, de fato, minha alma. Olho para as pessoas ao lado. Penso que eu poderia estar na situação de qualquer uma delas. E Isso é uma sensação completamente estranha, a propósito. Uma impressão tosca de que cada um foi cuidadosamente escolhido para cada corpo. E o que pensar sobre tudo isso?
Às vezes me pego com pensamentos egoístas. Tais como que se esse mundo fosse feito exclusivamente pra mim, e todas aquelas pessoas ao meu redor foram colocados em meu caminho por algum propósito. Como se minha vida fosse uma sequência de testes. De longuíssimo prazo.
Mas logo caio na real. Essas pessoas, assim como eu, procuram respostas para perguntas. E com certeza, têm as mesmas indagações que eu.
Pois, contudo, estamos todos no mesmo barco, querendo ou não.
A maioria de nós passa a vida inteira estudando e trabalhando duro. Tudo isso para quê? para um dia morrermos e.. game over? Qual é o verdadeiro propósito? Existe uma recompensa para TUDO isso no final?

Enfim, descubram quando morrer.
Mas não me conte.

Experiências de Vida


A vida às vezes nos dá uma rasteira, mas em seguida lá está ela com a mão estendida, nos oferecendo ajuda e tentando de todas as formas explicar que aquela rasteira era apenas para o seu próprio fortalecimento, para lhe ensinar a viver e lhe dar a chance de poder ajudar aos outros quando caírem numa mesma situação em que você esteve. Mas em determinados casos, por mais que tentemos encontrar uma explicação para o que houve, que seja pelo menos lógica, não conseguimos, não entendemos, e aí fica somente o mistério, uma dúvida que sempre carregaremos conosco.
Quem diria que um dia eu iria conseguir tudo que tenho hoje, não materialmente, mas afetivamente. Talvez fosse por ‘acaso’? Aliás, existe o ‘acaso’? Ou tudo é obra do misterioso ‘destino’? Honestamente falando, creio que ambos se unem e formam o que denominamos de Vida!
Às vezes penso que cada um de nós está aqui, presente na vida de outras pessoas, não só para fazer a diferença, mas talvez por algum propósito, por algum motivo pelo qual você veio ao mundo, algum objetivo que tenha que cumprir mesmo sem saber que objetivo é esse. Pode parecer bobagem, mas como provar que a vida não é assim?Talvez seja esse o problema, a ambição de muitos de explicar a vida acaba fazendo os mesmos se perderem no tempo, por fim, acabam não entendendo que a vida não se explica, mas sim, se vive!
O que é viver a vida? Seria estudar até certa formação e depois trabalhar quase toda a vida para simplesmente poder conquistar suas ambições materialistas? Se realmente fosse isso, que finalidade teria? Talvez quando caísse na real e olhasse para trás, veria todo o tempo perdido, esquecido, abandonado junto aos sentimentos ali mesmo pisoteados pelo seu próprio ego.
Durante toda a vida percorremos diversos caminhos, erramos inúmeras vezes, acertamos e comemoramos, conquistamos diversas amizades, fazemos diversos projetos, determinamos metas a serem cumpridas, fazemos diversos elos e ao mesmo tempo desfazemos outros, às vezes não porque queremos, mas porque nos é imposto. Poderia também ser mais uma obra do ‘destino’, que por fim, novamente não vamos conseguir explicar.
Essas amizades conquistadas começam a partir de então a fazer a diferença em nossas vidas. Nos momentos de angústia, de solidão, de alegria, de felicidade e diversão, os verdadeiros amigos estão sempre ali, ao seu lado, segurando sua mão e propondo sempre a ir em frente, desde que seja o certo a se fazer, e partir daí, não se importando nem mesmo com os riscos.
O ‘destino’ cruza nossos caminhos com outros diversos, nos fazendo a parar com a caminhada por um motivo ou outro, talvez com o objetivo de nos fazer pensar, refletir um pouco sobre todo aquele caminho já percorrido, e nos fazer enxergar que nem tudo na vida é perfeito, mas que também nada é impossível quando se tem uma verdadeira vontade de realizar.
Para que possamos colocar em prática a aprendizagem adquirida, todos nós vivemos momentos difíceis, sofremos perdas irressarcíveis, as quais nos causam uma dor tão profunda que é suficiente para que comecemos a valorizar ainda mais tudo o que temos, todos que convivem conosco.
A perda ou o distanciamento de um amigo é algo tão doloroso que palavras jamais conseguirão explicar. Ainda mais quando se trata de um amigo que esteve conosco em momentos importantes, com o qual se compartilhava momentos, alegrias, dificuldades, trocava experiências e conselhos. Com o qual se podia poupar tempo durante as conversas, dizendo apenas meias palavras, o suficiente para que se pudesse haver um entendimento entre ambas as partes, que quase sempre, chegavam numa mesma conclusão. Não precisa necessariamente ter sido por muito tempo essa convivência, pois o que importa é a intensidade com que se viveu aqueles momentos no curto tempo que se teve, a intensidade de todo aquele companheirismo vivido.
A amizade não se explica, ela simplesmente existe! E essa existência é capaz de coisas inimagináveis, como mudar a personalidade de uma pessoa, tornando-a ainda melhor.
Como poderia alguém viver cinco meses como se esses tivesse tido a duração de um ano, e após o surgimento de algumas amizades, viver mais cinco meses como se tivesse tido a duração de apenas três dias?
É um pouco difícil de explicar, porém, não impossível. Mas digamos apenas que eu vivi esses “três dias” sendo eles muito proveitosos e gratificantes, os quais estarão sempre em minha memória...
Sinto-me feliz pelo fato de saber que jamais estarei sozinho, que sempre terei amigos ao meu lado, amigos verdadeiros, amigos capazes de tornar um dia triste em um dia feliz e descontraído, capazes de nos fazer esquecer os problemas.

Então, viva da melhor maneira possível, e não se esqueça, preserve os amigos, pois são uma riqueza incalculável.

Tiago Lima